sexta-feira, 20 de março de 2015

(IN)SEGURANÇA


Depois de muito refletir acerca das minhas vivências pessoais e através do meu pequeno percurso enquanto professora, apercebi-me do quanto as pessoas são tão inseguras.
Não sei qual a causa desta realidade, mas uma coisa eu sei (até porque sinto na pele...): a nossa sociedade exige cada vez mais de nós.
Temos de ser sempre melhores (ou os melhores)... melhores na escola, melhores filhos, melhores amigos, melhores companheiros, melhores profissionais e por aí fora!
O mais inacreditável é que ser melhor, seja lá o que isso significa, nem sequer é definido por nós, mas sim pelos outros.

Então, antes de exigirmos do outro, vamos pensar o seguinte: qual o melhor que você consegue ser/fazer/dar? Difícil responder não é? Até porque você sabe muitas vezes que o seu melhor é limitado e podia ser feito muito melhor... mas o seu máximo é aquele.

Por exemplo: não sou muito habilidosa em trabalhos manuais. Desde desenhos, pinturas, construções, etc. O meu melhor é muito diferente do seu, que é um artista. Neste caso, um artista, não deverá exigir que uma pessoa como eu faça algo semelhante (nem de perto, nem de longe) àquilo que ele consegue fazer.

Ora bem... Dei um exemplo muito simples e prático, mas isto aplica-se em TUDO nas nossas vidas. 
Há filhos que não sabem dar muito mais (naquele momento); há pais que o melhor que sabem fazer é aquilo; há namorados(as) que o melhor que eles conseguem dar não se aproxima nem um pouco das suas expectativas...
Mas recorde-se, são as suas expectativas e nem sempre ou quase nunca correspondem à realidade.


SOMOS CADA VEZ MAIS EGOCÊNTRICOS...

Na verdade, nós não queremos ter consciência desta situação... Nós não queremos saber o que o outro é, ou tem, ou quer, ou é capaz de fazer/dar, pois vivemos demasiado centrados no nosso umbigo. E de cabeça para baixo, não vemos o mundo à volta.

Queremos ser independentes, mas atribuímos responsabilidades e funções aos outros!
Acredito que a insegurança advém de um descontrolo emocional... E como a pessoa não controla o que pensa e sente em relação a esse pensamento, tenta controlar fora, sobretudo os outros, como se de marionetas se tratassem. 

Quem nunca ouviu isto "Faz isto", "Faz assim", "Faz agora", "Isso não é assim", "Não é suficiente", "Consegues melhor" ? (Se nunca ouviu, você vive num mundo que eu gostava de viver, não querendo parecer ingrata com o meu mundo!).
E quando você finalmente faz como o outro quer, essa pessoa automaticamente define um novo limite para você.

Acho que há muito mais a dizer sobre este tema, mas termino com um pensamento (que sendo uma opinião, vale o que vale!):

OS AUTORITÁRIOS, DEVIDO À SUA INSEGURANÇA, TENTAM CONTROLAR; OS SUBMISSOS, POR SEREM INSEGUROS, DEIXAM-SE SER CONTROLADOS!

Joana Mendes